O que é que tu precisas para viveres com saúde e bem-estar na tua doença?
- Vânia Rodrigues
- 7 de jun. de 2020
- 4 min de leitura

Foste diagnosticada com uma doença feminina como a endometriose, mioma, síndrome de ovários poliquísticos, entre outras... já segues o plano indicado pelo teu médico: desde a toma de medicação ou até já fizeste uma cirurgia, segues um regime alimentar saudável e até já fazes exercício físico regular.
Contudo, sentes que há algo mais que deves explorar em ti. Que tudo isto está a ajudar-te imenso mas que há algo mais, não sabes bem o quê, mas é algo que sentes fortemente.
E isto surge a cada vez que os sintomas lá teimam a reaparecer, a doença lá vem outra vez dizer “eu estou aqui, ainda não desapareci, olha para mim!”.
E tu perguntas-te constantemente e vezes sem conta: “O que falta fazer para me sentir bem e com qualidade de vida?”.
Eu compreendo este teu sentir porque as mulheres com que trabalho partilham comigo esta sensação de impotência e frustração na doença.
Hoje partilho contigo o que te pode ajudar a criar saúde mesmo com um diagnóstico de doença.
Cada vez mais entre conversas com mulheres, seja na família, entre amigas, no emprego, ou até mesmo noutros contextos sociais, apercebo-me da ferida e da dor que se carrega no papel de Ser Mulher nos dias de hoje, daí não admira o aparecimento de tantas doenças nos nossos órgãos femininos.
E tu talvez já te apercebeste disto também.
Todas nós carregamos feridas, dores e memórias no nosso ADN, na nossa memória celular, que nos marcaram profundamente num passado ancestral, na nossa infância e nos acompanham até aos dias de Hoje.
· Quanta tristeza carregariam a tua bisavó, avó ou mãe no coração por não viverem em amor e liberdade em prol de uma sociedade que dizia que o papel delas era agradar o outro e que só os homens podiam trabalhar e exercer determinada profissão?
· Quanta seria a dor delas por reprimirem o seu sentir, por cada palavra não expressada por medo?
Todas estas emoções de tristeza, dor, medo que não foram vividas pelas nossas mães, avós, bisavós, ficaram gravadas e reprimidas em nós e por isso nos fazem comportar de determinada forma nas nossas vidas.
E isso vê-se na baixa autoestima, comparação, sentimento de inferioridade, exigência, perfeccionismo, e até muitas vezes a competição entre mulheres, e que em muito nos mostram esse distanciamento nas mulheres da sua verdadeira essência.
Somos mulheres feridas e vivemos numa sociedade que nos ensina a viver em modo piloto automático em que o ego está ao comando, prevalecendo o querer fazer sempre mais e melhor.
A sociedade leva-nos a acreditar que existe um ideal de “Mulher Perfeita”: a aluna perfeita, a profissional perfeita, a filha perfeita, a esposa perfeita, a mãe perfeita e por aí fora... e quem não se “encaixar” nesses critérios de mulher perfeita (que alguém se lembrou de definir) então será menos mulher por isso.
A doença surge deste viver nas memórias de um passado ou direcionar para um futuro, ou seja, não viver o momento presente, mas sim num modo automatizado. Tal como da exigência e perfeição associadas ao papel de ser mulher.
E, deste modo, as tuas emoções não são vividas, não são sentidas e acabam por ficar reprimidas no teu corpo. E tudo isto gera desequilíbrio em ti, no teu corpo, e a doença manifesta-se e tu acabas por te sentir desalinhada contigo mesma.
A vida acontece aqui e agora. Tal como a cura acontece no momento presente. Mas para isso tens de te permitir a aceitar a doença, honrar o propósito que ela tem em ti, o que ela te vem ensinar, sentir e viver as tuas emoções em respeito por ti mesma.
A doença é uma verdadeira jornada de autoconhecimento. E o resgate da mulher que há em ti é o caminho que te leva ao encontro de ti mesma, levando-te à tomada de consciência, cura e evolução.
Embarca nesta viagem de encontro contigo mesma através da participação em círculos de mulheres, resgatando o poder que carregas dentro de ti, curando toda a tua ancestralidade, libertando todas as crenças limitadoras que tens, transformando-te e vivendo alinhada com a tua verdadeira essência.
Por isso digo e repito tantas vezes a ti, Mulher, ao viveres alinhada com a tua verdade interna, reconheces quem verdadeiramente és, e és perfeita tal e qual como és.
Simplesmente és tu, abraçando e honrando o teu papel de Mulher e a doença é uma mais valia, uma mestre que te ensina a SER cada vez mais. E talvez quando ela te tenha ensinado tudo, ela até acabe por desaparecer.
SER MULHER é muito mais do que uma doença que te foi diagnosticada.
Assume o teu papel de Mulher em consciência, em que tu sabes sempre o melhor para ti. A partir do momento que te permites a viver em presença em conexão com o sagrado feminino em ti, honrando a mulher que és, estarás em profundo contacto com a sabedoria do teu corpo.
Está na hora de comandares a tua própria vida, criar saúde em ti e viver em bem-estar e com qualidade de vida. Lembra-te que só tu poderás tomar as melhores decisões para a tua vida e saúde, só tu sabes cantar a tua própria canção. E os profissionais de saúde estarão lá para te dar a mão e te ajudarem a cantar a tua canção.
Começa já hoje essa tua jornada em consciência e questiona-te:
· “Para quê esta doença em mim?”
Partilha comigo nos comentários as respostas a que chegaste .
Permite-te Ser! 💫
📸 Foto original do útero : Emma Plunkett (imagem editada)
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